segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Duplicidades

Ontem irritei-me solenemente com o Rui Santos. Se há algo que me chateia é a criação de narrativas e em Portugal temos tradição disso. E sobretudo com duplicidade de critérios. 

Ontem no Playoff da SIC Noticias Rui Santos foi tendencioso de uma maneira estranha. Ou não, percebendo o entusiasmo com que tem falado do Sporting de Jesus e acabou por contribuir activamente para a construção da narrativa que o SL Benfica domina a arbitragem. Se o fez consciente ou não, quero acreditar que não.

Ora os factos desmentem essa pretensão, basta recordar a placagem de Naldo em Arouca que daria potencialmente 1-0 contra o Sporting aos 80 minutos não assinalado pelo agora proscrito Cosme Machado, ou esse tão propalado, inclusive pelo dito comentador, como o melhor árbitro português Jorge Sousa, que não viu um penálti clarissimo que provocou a fratura do braço de Luisão que o impede de competir até hoje num jogo contra o Sporting, ou dois penáltis por marcar contra o FC Porto na Madeira em dias diferentes e que até de Portugal Continental se viu que eram falta.

Mas isso é tudo normal...

Como é normal para Rui Santos, passageiro e perfeitamente banal, que ontem com o FC Porto tenha sido beneficiado por um penálti inventado (acho que pelo fiscal de linha, o que ainda é mais grave porque é quem tinha a melhor visão) em cima do intervalo quando PERDIA por 2-0.

Isto para Rui Santos foi comentado debaixo da mesa e com uma esponja suave... Porque o que interessou ao comentador Rui Santos foi o crime lesa-futebol de um penálti marcado na mata real. Culminou num ataque sem tino ao Benfica, ao conselho de Arbitragem e à própria idoneidade do juiz.

De recordar que o lance, não sendo na minha opinião penálti, não é uma simulação clara do avançado, porque de facto existe uma entrada imprudente dos jogadores do Paços de Ferreira e um toque no pé de Jonas, que acredito ter enganado o árbitro. E o jogo estava EMPATADO. Jonas "cavou" o penálti é certo, mas para Rui Santos, é um lance que gera dúvidas, a demonstrar o domínio encarnado das arbitragens.

Lá saberá as razões deste ataque sem nexo e desproporcionado a um lance do jogo do SL Benfica, e uma atitude diametralmente oposta no comentário ao lance do FC Porto.

Lá está, a narrativa...

E o comentador quer também imitar o árbitro e por oposição inventar um penálti na área do Benfica, talvez porque em Portugal o futebol mais se podia chamar futebasquete, porque por aqui o futebol só existe sem contacto e qualquer toque é faltoso (excepto o sofrido pelo Jonas aparentemente).

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