quarta-feira, junho 08, 2011

NATO: Portugal perde Comando de Oeiras

Os ministros da Defesa da NATO reúnem-se hoje e amanhã em Bruxelas para debater os principais desafios da organização, num encontro que ficará marcado pela apresentação e discussão da nova estrutura de comandos militares. Na reunião da Aliança Atlântica, onde, do lado português, vão estar o ainda ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Luís Araújo, serão também discutidas a operação na Líbia, no Afeganistão e as relações com a Rússia.

Ao final do dia, num jantar no quartel-general da NATO, em Bruxelas, o secretário-geral da organização apresentará a proposta da nova estrutura de comandos e agências aos governantes dos países aliados, cabendo a Oeiras acolher uma 'task force' da Marinha norte-americana, desaparecendo o comando conjunto que lá esteve localizado nos últimos anos.
Para Portugal virá ainda a Escola de Sistemas de Comunicação e Informações da NATO, que agora está sediada perto de Roma, mantendo-se ainda o Centro de Lições Aprendidas e Análise Conjunta (JALLC, em inglês), em Monsanto.

Para além dos comandos militares, a Aliança pretende uma redução substancial das suas estruturas militares e ao nível dos recursos humanos, de 13 mil para 8950 pessoas.

Ao longo do processo, a diplomacia portuguesa empenhou-se activamente na batalha para tentar garantir um estatuto de relevo ao comando de Oeiras, chegando a dizer, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, que Portugal inviabilizaria qualquer reforma da estrutura da NATO que o excluísse.

Na última semana, o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, deslocou-se a Bruxelas para se reunir com o secretário-geral da Aliança e debater o assunto, tendo estado também em Washington no final de março para argumentar junto do secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, que a instabilidade e conflitos no mundo árabe aumenta a importância de Oeiras.


[Constata-se finalmente que o peso internacional do ministro era nulo. Já aqui tínhamos adiantado que temíamos esta secundarização de Portugal, o que infelizmente veio a acontecer.]

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