terça-feira, novembro 09, 2010

EUA: luso-americano Pat Toomey (Pensilvânia - R) eleito para o Senado

O luso-americano e republicano Pat Toomey foi eleito para o Senado federal pelo estado da Pensilvânia, derrotando o democrata Joe Sestak.

Toomey, bisneto de açorianos, foi ex-membro do "caucus" (facção) luso-americano no Senado.
Naquela que foi uma das mais disputadas eleições para lugares no Senado, Toomey só viu confirmada a sua eleição por volta das 00:00 de Nova Iorque, 04:00 de Lisboa.
Com 99,4% dos votos contados, Toomey reclamava 51%, contra 49% do seu adversário democrata.

Toomey é um republicano da linha dura. Opõe-se à legalização do aborto e ao casamento homossexual. Defende a livre posse de armas e o reforço das fronteiras. Critica duramente o sistema de saúde gratuito da administração Obama e acredita que os imigrantes ilegais devem ser deportados. Apoia o reforço das sanções ao Irão e da cooperação militar com Israel. Propõe uma descida generalizada dos impostos e um corte radical na despesa pública. A revista de política Mother Jones diz que "Pat é tão ultraconservador que mais parece um candidato do Texas". Mas não, concorreu num estado tradicionalmente liberal.

Benjamin Sarlin tentava explicar o "efeito Toomey" há uns dias no The Daily Beast, o site-sensação de notícias e comentários criado há dois anos por Tina Brown, antiga editora da New Yorker e da Vanity Fair. "Ele foi um dos primeiros a puxar o Partido Republicano para a direita. Que raios, Pat Toomey fundou o Tea Party quando ainda não existia Tea Party. Mas agora, quando todos os outros estão a radicalizar o discurso, ele optou pela prudência e usa palavras brandas, mesmo que as ideias não o sejam."
O jornalista dá um exemplo: no ano passado, em nítida contracorrente com os demais republicanos, Toomey apoiou a nomeação da juíza Sonia Sottomayor para o Supremo Tribunal de Justiça. "É uma forma de parecer mais moderado e conquistar votos em Filadélfia e Pittsburgh."

O Tea Party é a grande novidade destas eleições. Apesar de não ter uma figura de proa assumida, o movimento tem ganho força com nomes como Sarah Palin, Christine O"Donnell, Chuck Devore ou Pat Toomey. A coligação nasceu há menos de dois anos, em protesto contra as políticas de Obama e defendendo a descida dos impostos, a redução do número de funcionários públicos, o combate à dívida, ao défice e ao desperdício de fundos «em políticas sociais que não funcionam». As posições do Tea Party em relação à imigração - expulsar todos os ilegais - têm-lhe merecido acusações de racismo nos meios liberais.

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