segunda-feira, março 01, 2010

Viver no mar: Sealand, o projecto viável do passado

43 anos a subsistir com príncipe, moeda, hino e constituição.
Na viagem pelos projectos de vida em alto mar, Sealand surge como referência incontornável. Apresentou-se ao Mundo em 1967 e subsiste até aos dias de hoje. Tem um Príncipe e demais herdeiros. Moeda, selos, hino e constituição. É um país. Ou seria, se alguém o reconhecesse como tal.

O Reino Unido (RU) abandonou uma base naval após a II Guerra Mundial, a 11 quilómetros da costa. O excêntrico Roy Bates aproveitou. Ocupou o espaço em 1967 para projectar uma rádio pirata e ficou. Foi ficando até hoje. Tanto que Sealand, aliás Principado de Sealand, é apresentado pelos próprios como um Estado independente de facto. Mais à frente, perceberão porquê.
O governo britânico ainda tentou recuperar o local, mas encalhou numa ordem judicial, considerando que o espaço estava fora das suas águas territoriais. Dez anos mais tarde, um empresário alemão invadiu Sealand e reclamou a propriedade, mas Bates, entretanto denominado Príncipe Bates, recuperou o espaço e fez reféns, obrigando um diplomata holandês a viajar até à base naval (só acessível de barco ou helicópreto) para negociar a libertação dos prisioneiros.
Sealand perdurou como micronação, mesmo não passando de uma plataforma devoluta com um edifício e uma média de 20 habitantes. Reclama importância pelo conceito, pela independência conquistada no mar, servindo de exemplo para futuros projectos.

Em entrevista, o Príncipe Michael Bates, filho de Roy e actual responsável pelo espaço, devastado em 2006 por um enorme incêndio testemunha:
Continuam a viver pessoas em Sealand de forma permanente? "Sim, vivem pessoas na fortaleza, de forma permanente, há 43 anos."
Em 2007, decidiu colocar o Sealand à venda. Há interessados? "Sim, têm surgido várias propostas interessantes. Da Rússia, da América do Sul, do Golfo Pérsico e do conhecido site Pirate Bay."
Os seus filhos estão dispostos a manter o legado de Sealand? "Sim, eles continuar a estar envolvidos, por vontade própria."
Você falou sobre a possibilidade de criar uma selecção nacional de futebol. Como está esse projecto? "Óptimo. Neste momento, estamos à procura de um patrocinador. Depois, começaremos a jogar. Será algo como um David contra os Golias."
Como estão as vossas relações com o governo do RU? "O RU utiliza uma táctica e sempre: ignorar coisas que não representem uma ameaça directa. Eles ignoram Sealand e Sealand ignora-os, apesar de nem sempre ser fácil, porque basta olhar pela janela para vê-los. Sem brincadeiras, nunca prejudicaríamos os interesses do RU e temos muito orgulho na nossa dupla nacionalidade."

[Palhaçadas...]

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