terça-feira, janeiro 12, 2010

Angola decreta guerra à FLEC e aos seus quadros no exterior

in Notícias Lusófonas

O ex-membro dos rebeldes e agora convertido ao regime angolano, o ministro Bento Bembe, quer todos na cadeia Angola pretende eliminar os rebeldes a quem chama terroristas responsáveis pela morte de membros da delegação togolesa de futebol, e perseguir os que vivem no exterior, disse o ministro do governo de Luanda, Bento Bembe.

Até agora, segundo o MPLA, partido que dirige Angola desde 1975, Cabinda era uma região segura e pacificada apesar das muitas acções dos rebeldes. Recomeçou a caça às bruxas. A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), remanescente do grupo que luta há 34 anos para se tornar independente de Angola, é comandada de Paris por seu presidente N’Zita Tiago. Acredita-se que alguns rebeldes operam desde a República Democrática do Congo (RDC) até o norte de Cabinda. “Queremos um mandado de prisão internacional para capturar os responsáveis por incentivarem esse ataque”, disse em entrevista António Bento Bembe, ex-rebelde que hoje é ministro encarregado dos Assuntos de Cabinda e da FLEC e que, por regra, diz que o território está pacificado. Bento Bembe disse que o motorista do autocarro sobreviveu ao ataque e está fora de perigo, acrescentando que N’Zita Tiago Tiago deveria ser detido. “N’Zita Tiago tem ligações com os responsáveis pelo ataque terrorista e deve ser preso. Estamos a falar de um grupo de criminosos que querem espalhar terror, medo e insegurança”, explicou o convertido ex-membro da FLEC.

As autoridades angolanas, depois de terem garantido que os atacantes fugiram para o Congo logo a seguir ao ataque, prenderam duas pessoas que teriam participado do ataque de sexta-feira à delegação togolesa que estava, acrescente-se, fortemente protegida pela segurança militar de Angola. Bento Bembe disse que um dos detidos era da RDC, e pediu ajuda desse país e da RDC. “Pedimos a todos os países que nos ajudem a capturar os responsáveis pela atrocidade”, disse Bembe, acrescentando: “Não ficaremos de braços cruzados diante dessa ameaça. É nossa obrigação fazer o que pudermos para trazer essas pessoas à Justiça”. Ao contrário de muitos outros ataques da FLEC, desta vez as autoridades de Luanda não conseguiram passar a ideia de que se tratou de um mero acidente viário. Ainda tentaram quando, numa primeira reacção, falar do rebentamento de um pneu do autocarro. Em comunicado publicado em jornais de Kinshasa, o porta-voz do governo congolês, Lambert Mende, disse que a RDC – cujo território separa Angola de Cabinda – agora reconhece a FLEC como “organização terrorista” e iria remover de seus membros o status de refugiados.

Bento Bembe disse que Angola garantia a ausência de qualquer ataque futuro durante a Taça Africana das Nações, a maior competição de futebol no continente, e que as companhias de petróleo operantes em Cabinda estavam seguras. Cabinda produz cerca de metade do petróleo de Angola em poços costeiros operados pela Chevron, Exxon e Total, entre outras e disputa com a Nigéria o posto de maior produtor petrolífero de África.

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