quarta-feira, novembro 25, 2009

Cimeira Ibero-americana: Calendário eleitoral e crises afastam líderes do Estoril

Os Presidentes da Bolívia, Uruguai, Honduras e Guatemala não estarão presentes no encontro que decorre entre domingo e terça-feira. O cubano Raúl Castro ainda não confirmou a sua presença em Portugal.

Em plena campanha eleitoral, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, e o seu homólogo uruguaio, Tabaré Vázquez, estarão ausentes da XIX Cimeira Ibero-Americana, que se realiza entre 29 de Novembro e 1 de Dezembro no Estoril. O próximo fim-de-semana ficará também marcado pelas presidenciais nas Honduras, mas neste caso será a crise política que afastará Manuel Zelaya de Portugal. Outro ausente devido a problemas internos será o guatemalteco Álvaro Colom.
Depois de em 2005 se ter tornado no primeiro índio a ser eleito Presidente da Bolívia, o aymara Morales prepara-se para conseguir a reeleição no escrutínio de 6 de Dezembro. O seu partido Movimiento al Socialismo lidera as sondagens, com 52% dos votos. Manfred Reyes, ex-governador da região de Cochabamba, não vai além dos 21%.
Apesar da vantagem, Morales está também a lutar de forma a garantir um resultado favorável nas legislativas e assim impedir mais meses de instabilidade política (desencadeada pelas exigências de maior autonomia das regiões ricas) como os que antecederam a aprovação da nova Constituição, em Agosto de 2008.

Mais a sul, no Uruguai, está a terminar o segundo mandato de Tabaré Vázquez. Apesar de o seu nome não ir a votos, o Presidente optou por estar presente no dia em que os uruguaios vão escolher o seu sucessor, enviando para a cimeira do Estoril o vice-presidente Rodolfo Novoa. É já no domingo que o Uruguai deverá eleger o ex-guerrilheiro tupamaro José Mujica, que surge com uma vantagem de oito a dez pontos percentuais em relação ao liberal Luis Alberto Lacalle. Na primeira volta, a Frente Amplio conseguiu 48% dos votos, enquanto o Partido Nacional não foi além dos 29%.
No mesmo dia, está prevista a realização das presidenciais nas Honduras. Um escrutínio que decorre em plena crise política, desencadeada pelo golpe de 28 de Junho contra Zelaya. Desde então, o poder foi assumido por Roberto Micheletti, que recusou afastar-se apesar da pressão internacional e do regresso-surpresa de Zelaya. O Presidente encontra-se refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde 21 de Setembro e exige voltar ao poder.
Nas presidenciais de 29 de Novembro, que Zelaya quer ver adiadas, o favorito é Porfirio Lobo, do Partido Nacional (oposição). Há dias, o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, disse que no Estoril só será aceite a presença de um representante de Zelaya - já que Micheletti não é reconhecido internacionalmente. A crise hondurenha deverá ser um dos temas na agenda dos líderes ibero-americanos, que se reúnem sob o tema "Inovação e Conhecimento".

Quem também já cancelou a sua viagem ao Estoril - assim como a Moscovo - foi o líder da Guatemala, Álvaro Colom. "A conjuntura nacional determina a necessidade de que o Presidente Colom permaneça no país a maior quantidade de tempo possível, até que consiga a aprovação do orçamento para o próximo ano", informou o responsável pela Comunicação do seu Governo.
Outra presença ainda não confirmada foi a do Presidente cubano, Raúl Castro, que desde que assumiu o poder interinamente, em Julho de 2006, ainda não fez a sua estreia nas cimeiras ibero-americanas. O seu irmão, Fidel, era um participante assíduo.

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