segunda-feira, março 02, 2009

Mulher de Nino Vieira refugiada na embaixada angolana em Bissau

A mulher de Nino Vieira, Isabel Romano Vieira, encontra-se refugiada na embaixada de Angola em Bissau, disse à Reuters um coronel reformado, Sandji Fati, que era pessoa próximo do Presidente da República da Guiné-Bissau.

"Nino Vieira recusou-se a deixar a sua residência quando diplomatas da embaixada angolana apareceram para o levar a ela e à mulher para um lugar seguro", contou aquele militar, que tal como fontes da segurança confirmaram a morte do chefe de Estado por alguns militares, durante a madrugada de hoje. A maior parte da população permanecia esta manhã dentro de casa e "não se percebia quem é que estava no controlo" da situação, noticiou o correspondente da Reuters, Albert Dabo.

Uma fonte da segurança disse que os soldados saquearam a residência do Presidente depois de o terem morto, quando ele estaria finalmente a procurar sair de lá.
O Chefe do Estado-Maior General, Tagme Na Waie, "sempre disse que o seu destino e o do Presidente estavam ligados e que se ele morresse Nino também morreria", contou aquela fonte, citada pela Reuters.
"Há uma da manhã soldados que apoiavam Na Waie derrubaram as portas da cela na polícia judiciária e libertaram seis pessoas suspeitas de em 23 de Novembro de 2008 terem atacado a residência de Nino Vieira", contou entretanto um funcionário da Judiciária, que pediu o anonimato.

[Já aqui tínhamos dado destaque às palavras do General Tagme Na Waie quando, há pouco mais de dois meses, afirmou que tinha escapado a um atentado. Poucas vozes se levantaram, na altura, a dar-lhe apoio ou solidariedade. O que se sabia era das grandes divergências entre o General e Nino Vieira (o primeiro tinha feito parte da Junta Militar que derrubou o segundo num golpe de Estado...). Sabia-se também que uma ala do exército estava com o "seu" General. Agora, essa ala respondeu ao assassínio de Na Waie assassinando o Chefe de Estado eleito! Tudo normal... para um Estado falhado.
Também já aqui tínhamos falado dos interesses instalados que mexem os cordelinhos, a seu bel-prazer, neste país que tanto tem sofrido.
Fica a pergunta: os militares golpistas instalam um novo Preisdente da República ou são marcadas novas eleições?]

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