quinta-feira, setembro 06, 2007

Líbia: Portugal está atrasado na corrida ao investimento

Simpático, neutral e afável são vários dos adjectivos com que os líbios qualificam Portugal, país que soube manter-se longe dos atritos da diplomacia protagonizada pelos mais importantes Estados ocidentais.
Também o futebol português ajuda, sobretudo devido à proximidade com a Itália, uma das antigas potências colonizadoras e com as quais existem laços históricos relevantes e onde jogam Luís Figo, Fernando Couto e outros nomes sonantes.

País simpático, Portugal está, porém, longe das relações políticas, comerciais e culturais, facto largamente criticado há vários anos pelos membros do regime líbio, que se mostram agora "satisfeitos" com a abertura, após cinco anos de promessas, de uma embaixada portuguesa em Tripoli.
"Nunca compreendemos muito bem por que razão Portugal não abriu mais cedo a embaixada. Mais, a Líbia tem uma embaixada em Portugal desde 1979", frisou o director-geral do Departamento de Informação Internacional do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio, Giuma Abulkher.

Na altura dos festejos do 38º aniversário da subida ao poder de Muammar Khadafi, lamenta-se o "atraso" da entrada portuguesa no circuito económico do país.
"Algumas das grandes empresas europeias e até mundiais já cá estão e, aí, Portugal estará já em desvantagem. Têm de trabalhar muito e já para recuperar o atraso», avisou Giuma Abulkher.
A onda de modernização em curso na Líbia vai trazer avultados investimentos estrangeiros e a abertura da embaixada de Portugal em Tripoli vai, assim, permitir alargar os horizontes e atrair empresas portuguesas ao país, admitiu, porém, o director-geral, assegurando confiar na "seriedade" do empresariado português.

A embaixada de Portugal em Tripoli, onde já se encontra o diplomata que a chefiará, Rui Aleixo, só abrirá oficialmente na segunda quinzena de Outubro, após o período do Ramadão.
Os objectivos do diplomata português passam por equilibrar as trocas comerciais, promover o investimento português, estabelecer uma cooperação cultural e relançar o diálogo inter-mediterrânico, tal como resumiu Rui Aleixo à Lusa.

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